Conversa de prateleira...

Quem é que, do sexo feminino, ainda não levou com conversa de prateleira?

Parece-me que todas nós já levámos com este tipo de conversa, apenas não sabíamos que ela já estava catalogada e talvez por isso não nos tenhamos apercebido dela pois aquilo que se desconhece por vezes passa despercebido, em especial quando estamos in love…

A conversa de prateleira é muito gira, é quando eles querem e não querem uma relação, vá-se lá perceber?

O final de 2006 foi especialmente conotado e marcado por muita conversa de prateleira, até parecia que andava por aí um surto…

Deparei-me com inúmeras situações de prateleira…

Estas começaram na época do Natal… E estenderam-se à passagem de ano…

Será que as épocas festivas criam o meio para libertar tal virose?

Parece-me que sim…

Voltando ao surto que surgiu por aí…

Eles dizem que nós, mulheres somos complicadas… Será que nós é que o somos?

Não me parece…

Eles chegam ao ponto da prateleira quando a relação, para nós mulheres, já não é carne e nem é peixe.

Quando nós já estamos a fervilhar por um esclarecimento de situação da relação porque algo não está bem ou simplesmente não está…

Para eles está tudo normal, e depois quando confrontados com um: decide-te! Sim ou Não! Ou alguma pergunta directa…

Eles começam a dissertar…

E dissertam…

E dissertam…

O sumo da conversa do sim ou sopas resume-se em: gosto muito de ti e quero muito estar contigo quando me apetecer e der jeito, já tu, não esperes nada sério desta relação, pelo menos para já e vais ficar na minha prateleira até eu te ir lá buscar…

E é um bocado assim por vezes…

Tenho assistido a alguns cenários de prateleira nas últimas semanas…

São homens que não se conhecem, são completamente diferentes, mas todos têm em comum a conversa de prateleira…

Exemplo 1:

Sabes, eu gosto muito de ti, sempre gostei, és a mulher da minha vida! Nunca vou conseguir encontrar uma mulher como tu! Quando casar há-de ser contigo! E filhos? Quero que sejas mãe dos meus filhos!!! Mas namorar? Nem pensar!!! Ah!!! “E se por um acaso conheceres alguém e resolveres casar, eu entro pela igreja a dentro e parto aquela merda toda!”

Exemplo 2:

És muito especial, gosto muito de ti, blá blá, mas não quero uma relação séria… Não esperes nada de mim! Não és ninguém na minha vida para mudar os meus planos! Eu já fiz a minha agenda para os próximos dez anos e não és tu que a vais mudar! Mas olha, gosto muito de ti, estou sempre a pensar em ti, preocupo-me contigo, ligo-te todos os dias porque não aguento não ouvir a tua voz…

Exemplo 3:

Ao fim de cinco anos de namoro ele decide: Isto não está a funcionar… Vamos ter uma relação aberta! Mas olha, só é aberta para o meu lado, não é preciso dizer-te porque isso, eu suponho que já saibas! Se eu te apanho a olhar para algum querido, nem sabes o que faço!!! Mas se me vires com uma querida, não te preocupes faz parte da nossa relação aberta…

Exemplo 4:

Estou no paraíso, nunca amei ninguém como te amo a ti, quero casar contigo, quero ter filhos lindos como tu! É impressionante como fomos feitos um para o outro e como todos os dias são como se fossem o nosso primeiro… Mas ainda não está na altura, por isso vou viver mais uns tempinhos e quando me apetecer logo te telefono…

Reflexão:

Pois… Até o rapazola achar que está na altura de assentar a rapariga não deve viver porque foi posta na prateleira até ele decidir o quer da vida…

E quando afirmam e sublinham que não dá e que não querem, porque é que não saem de cima e estão sempre a telefonar???

Se não está na altura, azar meu caro, se o querido não quer viver, a querida quer…

Será tão difícil dizer sim ou não e não dissertar com conversa de prateleira?

Mulheres, complicadas???

Não me parece…